Os 2.160 alunos da escola estadual Visconde de Mauá, na cidade de Mauá (Grande São Paulo), têm só um funcionário para limpar salas de aula, pátio e outras dependências. A única faxineira trabalha das 6h às 15h. Só que a unidade também tem curso noturno, com aulas até as 23h. "A coitada não sabe nem por onde começa. Claro que ela não dá conta de todos os lugares que teria que limpar", afirma um professor, que não quis se identificar.
O problema acontece por causa de uma disputa entre a empresa terceirizada que faz a limpeza e o Estado. A firma critica a redução na verba paga a cada mês pelo serviço.
Robson Ventura/Folha Imagem |
Com cerca de 2.160 alunos, escola em Mauá (Grande SP), tem apenas uma faxineira; estudantes convivem com lixo acumulado |
"Se você perguntar se eu acho que um funcionário é o suficiente para a limpeza daquela escola, vou te falar que, com certeza, não é. Mas o que eles fazem com a gente, cortando a verba, também não está certo", diz Anderson Simões, diretor-executivo do Grupo Fortin, que cuida da faxina na escola. Ele se refere a um sistema de notas que é dado pela direção da unidade. Quanto menor a nota, menos verba a empresa leva.
O governo diz que a firma tem a obrigação de manter a escola limpa e que a redução do dinheiro é questão de justiça.
A empresa é a responsável pela limpeza da escola Visconde de Mauá e de outros 104 colégios em Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Santo André, todos no ABC.
Segundo pais e funcionários da escola, o problema existe desde o início do ano letivo, quando a empresa cortou dois funcionários e deixou apenas uma faxineira, das 6h às 15h.
É o mesmo problema de outra escola estadual, a Francisco de Paula Vicente de Azevedo, na zona sul de São Paulo. No sábado, o Agora revelou que os professores e até os alunos fazem a faxina no colégio porque dois funcionários não davam conta de limpar tudo e fazer a merenda.
Há duas diferenças entre os casos: ao contrário da escola de São Paulo, na de Mauá a limpeza é terceirizada, ou seja, o governo contratou e paga uma empresa para cuidar disso. E, no caso do colégio da capital, são 917 alunos atendidos por dois funcionários. Na de Mauá, é ainda pior: 2.160 jovens e uma faxineira.
Segundo Simões, desde o ano passado a empresa recebe menos dinheiro, o que ocasionou o corte de dois funcionários. "Eu não tenho condições de mandar mais gente se eles não aumentarem a minha nota e eu receber o valor integral. Eu quero gerar emprego, gerar renda e ver a escola limpa."
O diretor aponta boicote da direção e professores. "Eles não queriam que terceirizasse [a limpeza], preferiam quando era profissional de carreira. Como são contra, boicotam mesmo", diz. "Como tem escola em que sou bem avaliado e em outras não? O critério é muito subjetivo. Não vejo uma avaliação justa. Escolas onde sou bem avaliado têm o quadro completo."
Resposta
A Secretaria da Educação do governo José Serra (PSDB) disse que a denúncia será averiguada. Se forem constatadas irregularidades, o contrato poderá ser rescindido e outra empresa será contratada em caráter emergencial. A pasta diz que não há um mínimo de funcionários exigidos para trabalhar nas escolas com faxina terceirizada --onde há funcionários do Estado, para cada oito salas há uma pessoa.
Segundo a pasta, o caso é isolado --é a primeira vez que ocorre com uma empresa terceirizada.
Temos que lembrar que isso vem desde o inicio da gestão do PSDB, com a frente de trabalho (mais conhecida como de costas pro trabalho), pagando salários miseraveis e contratando qualquer um que aparecesse.
Hoje muitas das escolas tem o mínimo de funcionários, e não é só na limpeza. Não há gente suficiente nas SEcretarias, tendo o professor por muitas vezes que preencher documentos para ajudar, limpeza em geral, inspetores de alunos, funcionarios para as salas de informática, bibliotecas, psicologos e outros profissionais que poderiam estar trabalhando e recebendo salários dignamente, mas por esta política nefasta do PSDB de terceirizar (lembrando que é mão de obra barata e desqualificada) e até de mandar verbas e funcionários de acordo com índices que eles mesmos criam. Será que não percebem que enquanto menos investirem, menos retorno terão? E investimento, significa plano de carreira (respeitar dissidio tb), salário descente, humanização das relações.
Ontem eu estava numa gripe terrivel, mas não pude ir ao médico pq como machuquei o pé outro dia e precisei ir, este mês não posso mais ser atendida, trabalhei no meu limite e hoje quase morri de tanto tossir. Mas só posso ir ao médico 1 vez no mês e 6 vezes ao ano. Tenho que trabalhar 33horas com salas lotadas (tenho mais de 500 alunos), com crianças carentes, com defictes de aprendizagem, muitas vezes mal educados, com pais ausentes e permissivos........ ai, deixa eu parar antes que entro em deprê..........................
A situação da educação em SP é terrivel e tende a piorar pelas políticas que esse governo "???????????????????????" apresenta, melhor, enfia goela abaixo...................... (ah! não posso escrever o adjetivo)
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