xmlns:og='http://ogp.me/ns#' Cantinho da Déa: abril 2013

terça-feira, 30 de abril de 2013

Melhoria na vida faz crescer 30% as buscas por educação no Google

Palavras como Enem, Prouni, cursos de inglês e faculdade a distância estão entre as 10 mais pesquisadas em relação à educação

Levantamento feito pelo Google no Brasil aponta que as buscas por palavras relacionadas à educação na ferramenta cresceram a uma taxa média de 30% ao ano desde 2008. De acordo com o gerente de Vendas para Educação do Google, Vicente Carrari, a procura por temas ligados ao ensino é maior do que em outros países e reflete a melhoria nas condições de vida da população.

"Isso reflete em grande parte a ascensão da classe C, que tem buscado a educação para melhorar de vida, como forma de ganhar um salário melhor também. E as buscas cresceram a partir de 2008  justamente por esses motivos, pois foram os anos em que a gente viu uma certa mudança no perfil sociodemográfico brasileiro", disse.

Ainda segundo Vicente Carrari, a demanda cada vez mais crescente por cursos online tem reflexo nessa procura, inclusive a partir das demandas de qualificação em decorrência de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014. "As pessoas têm buscado muito cursos online, desde assistente de pedreiro até a mestrado em economia", disse em entrevista por telefone. "Tem muitas pessoas procurando a educação continuada e até começando a faculdade pela internet."

Segundo ele, entre as 10 palavras mais buscadas no Google relacionadas à educação estão as iniciativas do governo federal Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Prouni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Financiamento Estudantil); além de curso de inglês, curso online, intercâmbio e faculdade a distância. "Essas palavras mostram pontos importantes da educação hoje no País: a procura por cursos de inglês, o interesse por intercâmbio e a força dos programas federais." 

Além desses dados, uma pesquisa feita pelo Google em parceria com a consultoria TNS aponta que o tempo gasto na pesquisa por cursos e instituições é de seis meses e que mais de 70% do tempo se passa na internet. E vai além, as ferramentas de busca on-line são a principal maneira apontada pelos entrevistados para chegar aos sites de instituições de ensino. Cerca de 47% dos entrevistados disseram que usam o Google para comparar escolas e faculdades, 45% para analisar os preços e 38% para buscar a localização das instituições. 

A procura dos usuários por informações sobre cursos na internet tem motivado uma aposta cada vez maior das empresas neste mercado. A Fundação Getulio Vargas, por exemplo, aumentou os investimentos em publicidade voltados para a internet. "Atualmente, do total investido em publicidade, 50% vai para o digital e a tendência que isso cresça para 60 ou 70% em um futuro próximo. Apenas para o vestibular 2013, direcionamos 80% da verba publicitária para a internet, pois percebemos o retorno que isso nos dá", afirma Marcos Henrique Facó, superintendente de marketing da FGV.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

MEC defende professores apenas com graduação em universidades federais

O Ministério da Educação (MEC) propõe alteração para a Lei 12.772/12, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal. De acordo com a lei vigente, os concursos públicos para professores das instituições federais de ensino superior devem contemplar o nível de graduação. O MEC quer dar mais autonomia para as instituições, mesmo que seja para contratar apenas mestres ou doutores.

O Artigo 8º da lei determina que o ingresso na carreira de magistério ocorra no primeiro nível da classe de professor auxiliar por concurso público e que "será exigido o diploma de curso superior em nível de graduação".

A nova redação proposta pelo MEC, como explica o secretário da Educação Superior do MEC, Paulo Speller, acrescenta nomeações distintas: profissionais com apenas a graduação ingressam como professores auxiliares, aqueles com mestrado, professor assistente e com doutorado, professor adjunto. "A mudança fundamental é que se altera a denominação que esse docente terá e precisa-se melhor que cabe à universidade a decisão se o concurso se faz exigindo a graduação, o mestrado ou o doutorado", diz.

Speller detalha que a proposta de alteração não muda os salários - que atualmente já são diferenciados de acordo com o título do profissional -, nem o nível que o professor ingressa na universidade. Todos entram como Nível A, o nível inicial.

Segundo o secretário, foram várias as reclamações sobre o Artigo 8º da lei vigente, que vieram de conselhos, de reitores e de sindicatos. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes ) informou por meio de nota que "reconhece que existem professores graduados de excelente formação, capacidade e qualidade, mas que é preferível que as universidades federais façam concursos com a exigência de doutorado".

A lei já está presente em editais de instituições federais. Este ano, por exemplo, a Universidade Federal de Pernambuco lançou edital para cargo de docente com graduação como titulação mínima. O mesmo foi feito pela Universidade Federal do Acre.

Speller explica que os editais já publicados serão mantidos e quanto aos profissionais contratados, "nao haverá diferenciação entre quem faz agora [o concurso] e quem faz depois". Os docentes contratados nos termos atuais terão a denominação de auxiliar. Com a aprovação da nova regra, eles terão a denominação alterada.

Perguntado sobre instituições que desejavam contratar mestres ou doutores e que tiveram que incluir a graduação nos editais, se poderão fazer alguma alteração no edital, Speller diz que não é possível fazer nenhuma mudança até que a nova regra seja aprovada. No entanto, ele diz que os doutores têm uma vantagem nos concursos. "Quando a universidade regulamenta o concurso com base na lei, usa sistema de pontuação [para cada nível: graduação, mestrado e doutorado], depois tem pontuação por artigo científico, semestre de docência. Sendo doutor, com anos de trabalho, a probabilidade é que ele seja aprovado".

O MEC discute a redação final da alteração com o Ministério do Planejamento. A expectativa do secretário é que na segunda-feira (22) ela seja computada e seja dado o encaminhando informatizado à Casa Civil. "Para que a lei seja alterada é necessária uma nova lei. A decisão do dispositivo [se será uma Medida Provisória ou outro] será da Casa Civil", diz. Em seguida, a mudança será encaminhada para aprovação do Congresso Nacional.

Agência Brasil

domingo, 28 de abril de 2013

The School of Life chega ao Brasil para lidar com dilemas do cotidiano


Em vez de falar de disciplinas, a escola coloca em primeiro lugar o indivíduo e as questões que o afetam, como a pressão do tempo e a ideia da morte

Criada em 2008, a escola já atendeu mais de 50 mil pessoas em Londres Foto: Divulgação
Criada em 2008, a escola já atendeu mais de 50 mil pessoas em Londres
Foto: Divulgação
Os relacionamentos podem durar uma vida inteira? Como podemos desenvolver nosso potencial? O trabalho pode ser algo inspirador? Por que a comunidade importa? São com estes questionamentos que a The School of Life chegou ao Brasil neste mês com um curso intensivo em São Paulo. Oferecendo lições sobre a vida e como lidar com os dilemas dos indivíduos através de ideias que vão da filosofia à literatura e da psicologia a artes visuais, a escola promete estimular, provocar e até mesmo consolar os alunos.

Criada pelo filósofo e escritor suíço Alain de Botton em 2008, a The School of Life se dedica a destilar grandes pensamentos de todas as épocas para enriquecer o cotidiano dos alunos. A abordagem inovadora da instituição a tornou reconhecida internacionalmente desde a abertura em Londres, onde já recebeu mais de 50 mil pessoas em cinco anos. Para o lançamento no Brasil, o primeiro curso ministrado foi um intensivo de cinco dias liderado pelo professor David Baker, um dos mais antigos docentes da instituição em Londres, também fundador e editor da revista Wired.

Para Jackie de Botton, prima do escritor e diretora da escola no País, a expectativa é adaptar o modelo da escola de Londres para o Brasil da melhor maneira possível. "(Começamos com)  um intensivo que reúne os melhores cursos de Londres, ministrado pelo Baker, e uma série de outros workshops com convidados que vão falar de grandes temas como atenção plena, hábitos, filosofia gastronômica, storytelling, entre outros que lidam com inteligência emocional", diz. 

Segundo Jackie, o diferencial da The School of Life é que, em vez de falar de disciplinas - ela não oferece aulas de filosofia, psicologia, artes -, a metodologia da escola coloca em primeiro lugar o indivíduo e as questões que o afetam, como a pressão do tempo, a ideia da morte, o sucesso, os relacionamentos, a vida e a comunicação digital, o desejo de mudar o mundo, como manter a mente sã, entre outros. "A ideia é que a gente levante sempre questões fundamentais dos dilemas dos indivíduos. Estudamos o problema e então convidamos o conhecimento que encontramos na psicologia, literatura e filosofia para iluminar o problema, que está sempre em primeiro lugar", explica.

Como conversa de bar

Adesivos na parede fazem parte da decoração 'descolada' da escola em Londres Foto: Divulgação
Adesivos na parede fazem parte da decoração 'descolada' da escola em Londres
Foto: Divulgação
Sobre a inovação de trazer temas que geralmente são debatidos em conversas entre amigos, em um bar, para a sala de aula, a diretora da The School of Life no Brasil afirma que a diferença está na metodologia. "A única diferença da escola para um bar é que você tem alguém liderando a conversa e levantando de uma forma vigorosa e clara quais são as formas que você pode aplicar esse conhecimento no seu dia a dia. Em todas as turmas você tem uma metodologia que sempre privilegia o aluno. Não é o professor falando da experiência dele. É o professor mostrando como aplicar esses conhecimentos na vida dos alunos, há uma interação grande do público nas aulas", diz. 

Na escola de Londres, o público é dividido entre homens e mulheres igualmente, todos da classe A, B e C. Com base nos dados do primeiro curso em São Paulo, os alunos brasileiros são em sua maioria mulheres (60%), de 25 a 45 anos, com distintas formações. Mesmo com culturas tão diversas, as lições dos cursos da escola de Londres no Brasil não devem ser muito diferentes. "No geral são os mesmos dilemas. Para São Paulo trouxemos cursos sobre como equilibrar o trabalho com a família, como manter a mente sã, porque entendemos que são questões com forte demanda na cidade", comenta Jackie.

Ainda este ano estão previstos cursos no Rio de Janeiro e novamente em São Paulo. No meio tempo, a The School of Life vai promover uma série de Sermões, que são palestras que acontecem aos domingos ministradas por um line-up de brasileiros e estrangeiros. A programação da escola está disponível no site www.theschooloflife.com/brazil.



Terra

sábado, 27 de abril de 2013

A GREVE CONTINUA! SECRETÁRIO, A CULPA É SUA.


Queremos aumento real, além da reposição das perdas salariais
erca de vinte mil professores, reunidos em assembleia
estadual na Avenida Paulista, vão livre do MASP, decidiram
pela continuidade da greve da categoria, iniciada
em 22 de abril. Ao final da assembleia, seguiram em passeata
até a Praça da República.
Como divulgamos no boletim APEOESP Urgente nº 19,
o Secretário da Educação não atendeu nenhuma de nossas
reivindicações e ainda teve a ousadia de propor que agendássemos
uma conversa para daqui a “dois ou três meses”.
A escola pública e os professores não podem mais esperar.
Queremos aumento real, além da reposição de nossas
perdas salariais.
Queremos a implantação da jornada do piso, contratação
de temporários com os mesmos direitos dos docentes da
categoria “F”, soluções para a violência nas escolas, para as
péssimas condições de trabalho, para a saúde dos professores.
E não admitimos a privatização do Hospital do Servidor
e do IAMSPE.
Para tanto, a APEOESP está solicitando negociação diretamente
com o governador do Estado.
A assembleia decidiu que os professores em greve devem
retornar às escolas na segunda-feira, dia 29, para conversar
com os estudantes. Na segunda e na terça-feira devem ser
intensificados os comandos de greve nas regiões, visitando
escolas, paralisando-as e realizando manifestações em locais
de grande concentração popular, com o apoio dos ônibus
que participam da Caravana em Defesa da Escola Pública.
No dia 1º de maio, a categoria participará massivamente
dos atos do Dia do Trabalhador, levando as bandeiras da
entidade e divulgando as razões da nossa greve. Na quinta-
-feira, 02 de maio, serão realizadas assembleias regionais e, na
sexta-feira, DIA 03 DE MAIO, às 14 HORAS, GRANDE
ASSEMBLEIA ESTADUAL no vão livre do MASP.
A APEOESP estará presente na terça-feira na Assembleia
Legislativa, para participar da reunião do Colégio de Líderes,
onde solicitará a convocação de audiência pública para discussão
do Projeto de Lei Complementar nº 11/2013, que
estabelece os reajustes salariais para o magistério.
No dia 06 de maio, realizaremos vigília no TJSP por
ocasião do julgamento do mérito da sentença da jornada
do piso e, em data a ser definida, vigília também na Praça da
República, onde se localiza a Secretaria Estadual da Educação.
As subsedes da APEOESP devem também intensificar os
contatos com as Câmaras Municipais, para solicitar apoio dos
vereadores à nossa luta e, ao mesmo tempo, ampliar seus
contatos com os pais, solicitando que apoiem o movimento
não enviando seus filhos à escola durante a greve, garantindo
assim a reposição de aulas a todos.
Estão sendo enviados novos materiais às subsedes, como
cartazes e cartas abertas à população. Também será enviado
boletim com informações sobre os reajustes diferenciados
que estão sendo concedidos a professores, dirigentes regionais
de ensino, diretores e vice-diretores de escola e
professores coordenadores pedagógicos.
Nossa greve está forte e cresce a cada dia. Para chegarmos
à vitória, contamos com o trabalho dos diretores
estaduais, conselheiros, representantes da APEOESP e todos
os demais professores e professoras.
O governo quer derrotar a nossa categoria. Não vamos
permitir!!!

Alunas que brigaram durante aula em Paulínia (SP) são suspensas

Eduardo Schiavoni
Do UOL, em Americana (SP)
  • Reprodução
    Alunas brigam durante aula em Paulínia (SP) Alunas brigam durante aula em Paulínia (SP)
As duas estudantes de 16 anos que brigaram dentro da sala de aula em Paulínia (120 km de SP) foram suspensas por três dias pela direção da escola Escola Estadual Padre José Narciso Ehrenberg. A Diretoria de Ensino de Sumaré, que responde pela cidade, declarou ainda que o professor que presenciou as agressões, e não interferiu, terá a conduta averiguada.
Nas imagens, uma garota, visivelmente maior que a oponente, aparece desferindo socos e chutes na rival, enquanto é observada pelo mestre, que quase não tenta interferir na pancadaria e, quando o faz, é muito tímido na ação. A briga ocorreu na manhã de quarta-feira (17) e ganhou repercussão nacional depois de um video com a agressão ter se tornado público.
Além da suspensão às alunas, cujos pais foram convocados para prestarem esclarecimentos, a Secretaria Estadual da Educação informou que convocou professores-mediadores do Conselho Tutelar que atuam na unidade para acompanhar as duas alunas. O Conselho de Escola também deverá se reunir para verificar outras medidas disciplinares que poderão ser adotadas pela instituição.
O professor que estava presente no momento da briga também pode ser punido, já que a diretora de ensino de Sumaré, Dirceuza Pereira, vê a conduta do professor com ressalvas. "Eu acredito que o professor teria que ter tido uma ação. Irei apurar a causa da briga e o porque da não intervenção do professor", disse ela. A Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), por sua vez, manifestou nota de agravo ao professor e disse que irá defendê-lo em eventuais processos administrativos.

Ameaça

A menina que apanhou da colega afirmou, ontem, que recebeu ameaças de outras colegas. Ela chegou a mostrar uma mensagem de celular recebida por ela em que uma de suas colegas de sala pede que ela tenha cuidado, porque, de acordo com o texto, ela "vai apanhar de novo, dessa vez não só de uma" agressora.
Lucia Leal Silva, mãe da jovem, acusa a direção de escola de omissão. "Não é a primeira vez que coisas acontecem com a menina na escola e ninguém faz nada", disse. Já a menina afirmou que está com medo. "Não consigo entender o que aconteceu, ela era minha amiga", informou.
A direção da escola foi procurada para comentar, mas não se manifestou sobre o assunto.

Mais brigas

Outras imagens gravadas com celulares e divulgadas na internet comprovam que agressões físicas entre estudantes da escola são frequentes. Em um vídeo postado no youtube há cerca de um mês a mesma adolescente que bateu na colega de sala esta semana aparece brigando com outra menina, em frente à escola.
Outro vídeo de 2011 mostra uma briga na escola, um menino aparece batendo em outro no pátio da escola. Em outro, de 2012, outras duas alunas aparecem brigando no pátio da escola.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

SP: professora é investigada por postar prova de aluna no Facebook

A professora de história de uma escola particular publicou a prova com erros na rede social e causou revolta da família da estudante

A Polícia Civil de Atibaia (SP) investiga uma professora de história por ter publicado no Facebook a prova de uma de suas alunas. O pai da estudante de 12 anos registrou boletim de ocorrência na sexta-feira para denunciar a atitude da educadora.

Segundo a polícia, a professora de uma escola particular da cidade colocou a prova no Facebook depois de corrigida e postou diversos comentários. Nas questões erradas ela escreveu recomendando que a menina parasse de copiar as perguntas como se fossem respostas. No boletim de ocorrência, o pai da garota disse que diversos colegas reconheceram a letra da filha dele e alertaram a família.

O pai afirmou ainda que a menina havia chorado muito quando ficou sabendo da atitude da professora. A prova com as correções e comentários foi publicada na rede social na quarta-feira, antes de ser entregue aos alunos. Um dia depois, diante de comentários dos estudantes, ela decidiu retirar o material da página.

A polícia disse que vai ouvir a educadora na próxima semana. Ela pode ser acusada de infringir o artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por expor uma criança ou adolescente a vexame ou constrangimento, com pena de até dois anos de detenção.

SP tem série com alto porcentual de alunos atrasados

Em São Paulo
A cidade de São Paulo terá até 2017 uma série escolar atípica, com alto porcentual de alunos atrasados. A distorção foi criada em 2010 na implementação do ensino fundamental de nove anos. Hoje, as turmas dessa série, com cerca de 7 mil alunos, estão no 5.º ano e acumulam mais um problema: também abrigam alunos reprovados no ano passado, no fim do primeiro ciclo.
O município optou à época por manter os dois sistemas (com denominações de oito e nove anos). Quem estava na 1.ª série em 2009 foi para o 3.º em 2010 e os novos alunos do fundamental, para o 1.º ano. Segundo a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), não havia alunos para o 2.º ano (pois os saídos da pré-escola eram muito novos) e, por isso, foram formadas turmas com estudantes provenientes de outras redes, além dos retidos por repetência.
Segundo a antiga gestão, a cidade não tinha alunos na idade adequada para esse ano porque matriculava, até 2009, crianças com 6 anos na 1.ª série. O Estado apurou que a formação das turmas de 2.º ano ocorreu por conta de uma preocupação do governo do Estado em haver uma lacuna de uma turma futura no ensino médio.
A decisão tem um impacto imediato nas estatísticas da cidade. Índices tabulados pela equipe do Estadão Dados mostram que na rede municipal a taxa de distorção idade-série no 2.º ano teve um salto de 1,8% para 6,3%. Essa defasagem se arrastou em 2011, já no 3.º ano, e deve se espelhar até o 9.º ano. A taxa é expressa pelo porcentual de alunos com dois ou mais anos além da idade recomendada para a série.
Enquanto essa turma tem pouco mais de 7 mil alunos, os outros anos da rede contam com uma média de 55 mil. Mas é essa turma que faz neste ano a Prova Brasil, avaliação federal, como lembra a diretora executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz. "Como sabemos que a repetência tem forte correlação com evasão futura, é preciso ter muita atenção", diz ela, que ressalta a criação dessas turmas como uma escolha de gestão. "Mas a turma não é representativa da rede."
A consultora em educação Ilona Becskeházy afirma que essa realidade precisa ser estudada. "São alunos que têm dificuldade e se viram em uma transição administrativa", diz.
Segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), as turmas foram formadas em 71 escolas. Na Recanto dos Humildes, em Perus, 32,3% dos alunos do 2.º ano de 2010 estavam atrasados. Um integrante da equipe gestora, que preferiu não se identificar, disse que não houve tratamento específico e a disparidade de idades não foi percebida. "Há muitas transferências", disse.
Na escola Prof. Iracema Marques da Silveira, no Campo Limpo, também não houve nenhum trabalho específico - em 2010, o 2.º ano tinha 28,6% de alunos defasados. "Era só uma turminha", disse uma integrante da secretaria. Segundo ela, a distorção maior começou a ser sentida agora, com os repetentes da 4.ª série (que ficaram em 2013 no 5.º ano). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Com 1 mi de novas vagas, municípios não garantem qualidade da pré-escola


Até 2016, todas as crianças a partir dos 4 anos devem estar matriculadas na escola. Será necessário criar mais de 1 milhão de vagas

Até 2016, todas as crianças a partir dos 4 anos devem estar matriculadas na escola Foto: Getty Images
Até 2016, todas as crianças a partir dos 4 anos devem estar matriculadas na escola
Foto: Getty Images
Angela Chagas
​As mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, publicadas no começo do mês no Diário Oficial, reabriram a polêmica sobre a necessidade de matricular as crianças a partir dos 4 anos na escola - regra que está em vigor desde 2009, quando foi aprovada a emenda constitucional 59. Embora os municípios tenham até 2016 para se adequar à nova lei (antes o ensino era obrigatório a partir dos 6 anos), ainda há uma longa trajetória pela frente. Levantamento do Movimento Todos pela Educação aponta que uma em cada cinco crianças entre 4 e 5 anos de idade não encontra vaga para cursar a pré-escola. Isso significa que precisam ser criadas 1.050.560 vagas para que toda a população dessa faixa etária seja atendida e a lei, cumprida.

Estamos colocando essas crianças na sala de aula, mas não temos como garantir a qualidade
Paulo Ziulkoski Presidente da CNM
Presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski afirma que a meta será atingida até 2016, mas não garante o principal: a qualidade da educação nessas instituições. "Tudo indica, embora não haja recursos, que os municípios vão cumprir essa determinação. Porém a qualidade da educação é outra questão para se preocupar. Estamos colocando essas crianças na sala de aula, mas não temos como garantir a qualidade", diz.

Segundo Ziulkoski, a educação infantil, responsabilidade exclusiva dos municípios, tem um custo muito elevado e o governo federal não oferece contrapartida suficiente para atender a nova demanda. Ele afirma que o repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) é de cerca de R$ 270 mensais por aluno, mas que o custo é quase o dobro disso - R$ 780 por mês para uma criança que fica na escola em turno integral. "O governo tem feito bastante propaganda, dizendo que vai construir creches, mas o problema não é o prédio. O problema é a manutenção dessa estrutura", critica.

O secretário da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Romeu Weliton Caputo, contesta a informação de que o apoio federal seja insuficiente. Segundo ele, toda a criança que entra para o sistema educacional passa a se computada em diversos programas educacionais, tanto para alimentação, transporte escolar e material didático. Ele diz também que, a partir da criação do programa Brasil Carinhoso no ano passado, o governo federal passou a liberar um valor extra de 50% do repasse do Fundeb por cada aluno cuja família recebe o auxílio do Bolsa Família. "Essa iniciativa auxilia os municípios com populações mais carentes. Oferecer a educação infantil nessas comunidades mais pobres é sempre mais caro, por isso esse apoio", diz.

O plano do MEC, de acordo com o secretário, é concluir 6 mil novas creches até o final de 2014. "O governo financia a construção, o equipamento e o custeio do primeiro ano até que entre a verba do Fundeb. Claro que é um valor alto (a manutenção das escolas), por isso que o governo fez uma série de políticas para apoiar os municípios", defende Caputo.

Pré-escola não pode ser depósito de crianças
Diretora-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz defende a entrada mais cedo na escola, mas alerta que a educação infantil não pode servir como um "depósito de crianças". "Temos que pensar qual é a pré-escola que queremos porque hoje no Brasil ainda tem muito lugar onde as crianças ficam olhando para o teto, é só um depósito de crianças enquanto os pais estão trabalhando". Segundo ela, educação infantil de qualidade, que privilegia o aprendizado, as brincadeiras, a socialização entre as crianças traz resultados positivos nas demais etapas da educação.

Temos que pensar qual é a pré-escola que queremos porque hoje no Brasil ainda tem muito lugar onde as crianças ficam olhando para o teto, é só um depósito de crianças enquanto os pais estão trabalhando
Priscila Cruz Diretora-executiva do Todos pela Educação
Diretora de uma escola municipal de Porto Alegre (RS), Maria do Carmo de Souza trabalha com educação infantil há 40 anos e conhece bem a realidade da pré-escola, principalmente em comunidades mais pobres. No colégio Moradas da Hípica, há duas turmas de educação infantil – uma para crianças de 4 anos e outra para os estudantes de 5 anos. Como são oferecidas apenas 20 vagas por ano, muitas crianças a zona sul da capital ficam de fora do programa. "Se pudéssemos receber mais alunos seria ótimo porque vemos claramente a diferença entre aqueles que passaram pela educação infantil e os que entraram direto no primeiro ano", afirma.

O secretário do MEC acredita nessa diferença e investe na educação infantil como forma de atingir a meta de que todas as crianças sejam alfabetizadas no Brasil até os 8 anos de idade. E para concretizar esse objetivo, a formação dos professores é uma prioridade. Segundo a LDB, para dar aulas na educação infantil ainda são permitidos professores com formação normal – conhecido como magistério. De acordo com Romeu Caputo, os cursos normais sempre tiveram um elevado padrão de qualidade e limitar a inclusão desses profissionais poderia resultar na falta de professores. Para ele, o maior problema de qualidade hoje está nos cursos de pedagogia. "Já estamos trabalhando com a Secretaria de Educação Superior para garantir que a educação infantil esteja presente nos cursos de pedagogia, os professores precisam estar preparados para dar aulas para crianças".

Professora da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora sobre educação infantil há mais de 20 anos Marieta Nicolau afirma que a pré-escola exige um professor altamente especializado. "Precisamos preparar o profissional para valorizar o lúdico, o brincar, a descoberta de si e do outro. É importante trabalhar com a linguagem oral e visual, não é uma tarefa fácil". Ela lembra ainda que esse trabalho não cabe somente aos professores, mas que a participação dos pais é fundamental. E ainda faz um alerta: a pré-escola é um espaço para brincadeira, música, histórias e arte. Não pode ser um lugar onde a criança sinta-se obrigada a aprender. A tarefa de ensina a ler e a escrever é tarefa do ensino fundamental, embora a educação infantil contribua para garantir a alfabetização.

A pesquisadora lembra ainda da importância dos investimentos em infraestrutura. Espaço para as brincadeiras, salas de aula coloridas, com jogos e livros são fundamentais. Mas tanto contar com professores capacitados quanto financiar uma estrutura completa representam um custo elevado e os novos prefeitos assumiram seus cargos em janeiro deste ano sabendo do desafio. "Os prefeitos anteriores, de modo geral, diziam que o prazo era para o próximo (gestor). Teve crescimento da oferta, mas não foi expressivo. O prefeito novo vai ter que se agilizar, o prazo é com ele", completa a diretora do Todos pela Educação.


Terra

terça-feira, 23 de abril de 2013

APEOESP se reúne com o Secretário da Educação na próxima quinta-feira, 25 de abril

A greve ganhou força no seu segundo dia, chegando a 30,5% de paralisação de professores na média do estado, sendo 30,2% de paralisação nas escolas da capital, 27,4% na Grande São Paulo e 33,9% no interior.

A Diretoria da APEOESP foi comunicada na tarde desta terça-feira, 23 de abril, que será recebida em audiência na próxima quinta-feira, 25 de abril, às nove horas, para discutir as reivindicações que motivam a greve dos professores que iniciou nesta segunda-feira, 22 de abril.
A greve ganhou força no seu segundo dia, chegando a 30,5% de paralisação de professores na média do estado, sendo 30,2% de paralisação nas escolas da capital,  27,4% na Grande São Paulo e 33,9% no interior.
Decretada em assembleia estadual com a presença de mais de 20 mil professores no dia 19 de abril, sexta-feira, a greve teve início ontem, 22 de abril, com a presença dos professores nas escolas para dialogar com os estudantes. Na terça-feira, 23 de abril, a categoria saiu às ruas em atividades voltadas ao diálogo com a comunidade, distribuindo uma carta aberta à população e deve prosseguir neste trabalho até a próxima assembleia, que ocorrerá no dia 26 de abril, sexta-feira, às 14 horas, na Avenida Paulista (vão livre do MASP), na capital.
Entre as principais reivindicações da categoria estão a reposição das perdas salariais acumuladas desde fevereiro de 1998 (36,74%); reajuste imediato de 13,5% (2% agora propostos, mais 5% referentes à parcela do reajuste não paga em 2012, mais 6% já assegurados pela Lei Complementar nº 1143/2011); implantação da jornada do piso (no mínimo 33% para preparação de aulas e formação); extensão da forma de contratação, direitos e condições de trabalho do professor da categoria ”F” para o professor da categoria “O”; fim da remoção forçada de professores das escolas de tempo integral; políticas para prevenir e combater a violência nas escolas, melhores condições de trabalho e outras. Os professores em greve também reivindicam a revogação da lei 1044/08 o fim do desconto
Em todo o estado, comandos percorrem as escolas motivando os professores para a luta, tendo em vista o quadro de desvalorização profissional e salarial, condições de trabalho, jornadas estafantes, violência nas escolas, precarização do trabalho dos professores da chamada categoria “O”, provas excludentes e outros fatores que comprometem a qualidade do ensino. Para nós, valorização do magistério e qualidade da educação são indissociáveis e cabe ao Estado assegurar as condições para que isto ocorra.
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP

'Hackers' desenvolvem plataformas para divulgar os dados do MEC

Com a ajuda da tecnologia, os programadores vão desenvolver aplicativos, sites e softwares para a divulgação dos dados educacionais

São 30 hackers, programadores e desenvolvedores reunidos em uma maratona de 36 horas para desenvolver, com a ajuda da tecnologia, formas criativas e efetivas de organizar e divulgar dados da Prova Brasil e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Eles foram selecionados para o Hackathon. O evento é uma parceria entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação, e a Fundação Lemann.

A partir deste sábado, os selecionados não deixarão os computadores, nem para dormir, e deverão apresentar no domingo aplicativos, sites, softwares ou mesmo propostas para a divulgação dos dados do Inep. O desafio é tornar o grande banco de dados atrativo à população.

"A área de inovação pode contribuir muito para a educação. Boas decisões educacionais são tomadas com base em dados. Nosso objetivo é usar o que é bacana em tecnologia para incentivar boas tomadas de decisão. Pode ser do pai, que vai escolher uma escola para colocar seu filho; do diretor da escola, que vai conhecer a escola ou do ministro da Educação, que vai ter um panorama melhor dos dados", explicou o diretor da Fundação Lemann, Denis Mizne.

Ao final do Hackathon serão apresentados oito programas e uma comissão técnica vai selecionar três vencedores. O grupo que ficar em primeiro lugar receberá R$ 5 mil para desenvolver e aprimorar o projeto. O segundo lugar receberá R$ 3 mil e o terceiro R$ 2 mil. Segundo os organizadores, assim que estiverem prontos para uso, esses programas serão oferecidos aos interessados.

Antes da maratona, os jovens compartilham as ideias. Fernanda Campagnucci tem 27 anos e veio de São Paulo, capital. Ela é jornalista e atua na área de educação. "Nossa intenção é criar um aplicativo para que cada escola possa selecionar sobre o que deseja ser avaliada. Disponibilizaremos indicadores e, a partir deles, cada escola terá o próprio índice. As instituições poderão comparar os números com as médias estaduais, municipais e nacionais e avaliar o próprio desempenho", explicou.

O aplicativo que será desenvolvido pela equipe de Fernanda trará também instruções aos usuários sobre os programas governamentais disponíveis, assim como os procedimentos que podem ser tomados em caso de problemas nas escolas. "A intenção é ter um espaço onde as pessoas poderão reivindicar melhorias. Indicaremos caminhos para se adquirir uma biblioteca, por exemplo, ou para entrar em contato com o secretário de Educação".

Já o cientista da computação Fabrício Nascimento, 26 anos, de Caraguatatuba, de São Paulo, foi incentivado por inquietação e um amigo, "ele (o amigo) observou que, quando ascendiam economicamente, muitos pais tiravam os filhos de escolas públicas para matricular em escolas particulares, mas que nem sempre as particulares tinham uma qualidade maior que as públicas. Queremos desenvolver algo nesse sentido, um espaço onde se possa acessar a qualidade das instituições".

Esta é a primeira edição do evento. O Inep planeja tornar o Hackathon anual.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pesquisadores compartilham estudos em defesa da 'ciência aberta'

Aplicativos online e games são usados por cientistas para compartilhar suas descobertas e acabar com o ambiente fechado dos laboratórios

Enquanto você acessa esta reportagem, pode abrir uma outra aba no seu navegador e acompanhar os estudos antimalária do pesquisador americano Jean-Claude Bradley e seus alunos. Eles compartilham informações sobre tudo o que produzem no programa da Drexel University, na Filadélfia, que tem como objetivo desenvolver compostos orgânicos úteis para a prevenção ou para a cura dessa doença que mata mais de 1 milhão de pessoas por ano no mundo. Além de acessar as pesquisas, você também pode contribuir com mais dados, desde que se inscreva no ambiente on-line.

O pesquisador químico Bradley usa o modelo "wikis" para publicação e compartilhamento. Ele é um dos defensores e praticantes da ciência aberta, que prega a disponibilização das informações em uma rede. É o modelo oposto à pesquisa fechada em laboratórios e mais uma prática que ganha força com a cultura digital.

Uma das instituições que nasceram na esteira dessa cultura, o CreativeCommons – fundado em 2001 nos Estados Unidos com a missão de ampliar o compartilhamento e uso do conhecimento através de licenças que se opõem ao copyright (todos os direitos reservados) tem uma área exclusiva para discutir ciência. Sob a bandeira do Creative Commons Science estão as publicações da Public Library of Science (Biblioteca Pública de Ciências) e das editoras BioMed Central e Hindawi, que são oferecidas gratuitamente aos usuários. Na Public, todos os artigos publicados trazem sinopse escrita para o público não especializado. Um esforço para tornar mais acessíveis aqueles conteúdos.

A atenção do pesquisador Bradley ou dos gestores do Creative Commons, em São Francisco, ao modelo de ciência aberta não é somente uma questão ideológica. O jogo on-line Fold It, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Washinghton, está aí para mostrar que a abertura e a colaboração em rede podem acelerar a pesquisa e o desenvolvimento. Em 2011 o game foi notícia em todo o mundo quando os jogadores voluntários decifraram a estrutura de uma proteína retroviral que está diretamente relacionada ao vírus HIV. Até então os cientistas não sabiam como era tal estrutura, e isso impedia a projeção de outras moléculas que pudessem bloqueá-la. Foi o primeiro caso documentado de problema científico solucionado em parceria com jogadores, e publicado em periódicos como a Nature Structural & Molecular Biology.

Para criar desafios com tal potencial de colaboração com a ciência, uma equipe multidisciplinar, que envolve cientistas da computação, engenheiros e bioquímicos e soma nove pessoas trabalha incansavelmente sobre um jogo de quebra-cabeça. O pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Bioquímica da Universidade de Washington Firas Khatib é uma delas e conta que mesmo depois de quatro anos de Fold It ainda surgem dilemas sobre até onde ir com a dinâmica de jogo. "Às vezes queremos adicionar algumas restrições, para manter as soluções do jogador o mais próximo da realidade, mas vemos que aquele caminho pode tornar o game menos divertido ou mais lento", diz ele, enfatizando que abrir a ciência para quem está fora dos laboratórios requer constantemente o exercício de ponderar sobre quais experiências serão oferecidas.

Quando a experiência "vale a pena", o público não vai embora, e segue colaborando, até que, num formato de comunidade, atingem resultados relevantes, como aconteceu com o Fold It, onde a proposta é montar e organizar estruturas de proteínas. "Sabíamos, em 2008, que não estávamos criando ali uma versão final do Fold It, que havia muito para ser aperfeiçoado, mas o que nos surpreende é ver que uma grande quantidade de jogadores que estava lá, em 2008, se mantém presente, e isso é excelente em todos os aspectos", comenta Khatib.

A cocriação por meio de ferramentas on-line é uma das formas de engajamento na ciência, mas não a única para o público não especializado. Além de fazer as vezes de cientista, pode-se também ser patrocinador de pesquisas. Plataformas de crowdfunding já apresentam projetos científicos, e de olho nesse nicho surgiu a Dodo, a primeira no mundo voltada exclusivamente para projetos genéticos e criada por brasileiros.

A iniciativa acabou de chegar à web, liderada pela Beagle Informatics, startup fundada pelo paraibano Vinicius Maracaja, PhD em bioinformática pela USP. Ele não pretende ser apenas um facilitador da ciência, mas também fomentar as práticas colaborativas para o estudo mesmo, por isso explica que outra plataforma, a NimbusGene está a caminho, e por lá todas as projetos bem-sucedidos na arrecadação coletiva do Dodo terão um espaço gratuito para armazenamento de dados e estudo colaborativo.

Sisu: com cotas, quase metade dos inscritos são de escolas públicas


O ministro falou sobre o desempenho das universidades durante coletiva sobre as inscrições no Sisu Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
O ministro falou sobre o desempenho das universidades durante coletiva sobre as inscrições no Sisu
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Direto de Brasília
Em sua primeira edição com o sistema de cotas para alunos de escola pública (e recorte de renda e racial), o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) registrou uma participação de quase metade de candidatos inscritos provenientes da rede pública de ensino. Na avaliação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o percentual ainda discrepa do cenário em que apenas 12% dos alunos que terminam o ensino médio serem originários de escolas particulares.

Enem ou vestibular: veja como é a seleção nas principais universidades do Brasil

O total de candidatos ao sistema de cotas é de 864.830 ante aos quase 2 milhões inscritos no sistema. "Nós avaliamos que foi um saldo extraordinário, que foi um sistema que acabamos de implantar" , afirmou o ministro. “(O percentual de alunos provenientes de escolas públicas) Está abaixo do que é o peso relativo na rede de ensino que é muito maior do que essa participação no Sisu”, ponderou Mercadante.

Neste ano, 12,5% das vagas em universidades federais foram obrigatoriamente reservadas a estudantes egressos de escola pública com recorte de renda e racial (seguindo o percentual de negros e índios por Estado, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em quatro anos, metade das vagas deverão ser para candidatos cotistas.

No balanço para o Sisu deste ano, 349.904 inscritos eram candidatos negros com renda inferior a 1,5 salário mínimo. A variação na nota de corte entre candidatos ao sistema de ampla concorrência e ao sistema de cotas foi baixa. Para o curso de medicina, a nota mínima exigida foi de 787,56 para o sistema de ampla concorrência contra 761,67 para o sistema de cotas. “Os melhores do setor público são bem melhores do que a média do setor privado. Esse resultado não pode levar a nenhuma comemoração (...), mas é um bom começo”, disse Mercadante.

Parte dos alunos cotistas receberão a já anunciada bolsa permanência para esses alunos. O valor de R$ 400 é uma das formas encontradas pelo governo para garantir a permanência dos alunos cotistas de baixa renda nas universidades federais com curso de carga horária diária superior a cinco horas. A medida está prevista para entrar em vigor em maio deste ano.

Em tempo:
Eu paguei por minha faculdade, inclusive com empréstimos altissimos, para ganhar agora um salário de miséria e ser maltratada pela Secretaria de Educação, alunos e pais. Agora, vão continuar estudando e vão ganhar um dinheirinho que com certeza vai sair do nosso bolso......
Não seria mais fácil dar o "diproma", assim como já é feito no Fundamental e Médio?

domingo, 21 de abril de 2013

Jornal: Haddad acaba com prova de Kassab para avaliar escolas de SP

Segundo a prefeitura, a Prova São Paulo não precisa ser aplicada porque o governo federal já faz uma avaliação semelhante nas escolas

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), decidiu acabar com a prova aplicada aos alunos da rede municipal desde 2007, na gestão do seu antecessor Gilberto Kassab (PSD). De acordo com a prefeitura, a Prova São Paulo não precisa mais ser feita porque a qualidade do ensino fundamental pode ser acompanhada por meio da Prova Brasil, do governo federal. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

As duas avaliações buscam medir a qualidade da rede pública, mas o exame federal é aplicado a cada dois anos. O municipal era anual. A extinção do exame era analisada pela equipe de Haddad desde o começo do ano. Em 2013 não haverá mais a prova. A última edição, em 2012, custou R$ 6 milhões à prefeitura.

sábado, 20 de abril de 2013

A educação ta ruim?



Não é só investir. Ele investe e eles quebram, destroem, vandalizam. Tem que mudar as leis e principalmente as obrigações de alunos e de seus pais. Não sabe? reforço. Continua sem saber? retenção. Os pais? Tem que acompanhar, cobrar dos filhos, ajudar os filhos, comparecer a escola.

SP: após greve de professores, secretaria chama sindicato de mentiroso



Os manifestantes chegaram a interditar toda a avenida Paulista, mas por volta das 17h a concentração era feita apenas no sentido Consolação Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Os manifestantes chegaram a interditar toda a avenida Paulista, mas por volta das 17h a concentração era feita apenas no sentido Consolação
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou em nota que considera "descabidas" as reclamações do Sindicato dos Professores (Apeoesp) e que 90% dos professores garantiram o andamento das aulas. O sindicato anunciou nesta sexta-feira paralisação por tempo indeterminado após assembleia no vão livre do Museu de Arte (Masp). A secretaria disse ainda que a campanha salarial é "mentirosa" e as alegações são "levianas".

"A valorização dos professores e demais funcionários da rede estadual de ensino está entre as prioridades do Governo de São Paulo, que implantou em 2011 uma inédita Política Salarial e que nesta semana encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei complementar para conceder novo aumento aos profissionais da Educação. Os 8,1% de acréscimo propostos eleva de 42,2% para 45,1% o aumento escalonado até 2014", diz a nota.

A secretaria afirma que os professores da rede estadual já ganham 33,3% acima do piso nacional e, a partir de julho, ganharão 44,1% a mais que o vencimento mínimo. Além disso, a administração afirma que o Estado obedece ao limite de dois terços da carga horária total para a jornada de trabalho docente em classe.

Entre as reivindicações da categoria está o reajuste salarial de 36,74% e complementação do aumento referente a 2012, de 10,2%, além do cumprimento de no mínimo 33% da jornada para atividades extraclasse, como determina a Lei do Piso, e mudanças na forma de contratação dos docentes temporários.

A mobilização acontece poucos dias após o governador confirmar o aumento no reajuste previsto para julho de 6% para 8,1%. Assim, o salário inicial de um professor de educação básica que leciona para classes de anos finais do ensino fundamental e do ensino médio, com jornada de 40 horas semanais, que é de R$ 2.088,27, passará para R$ 2.257,84 a partir de 1º de julho. Os professores reclamam que os reajustes levam em conta bonificações já conquistadas pela categoria.


Terra

Professores da rede estadual de SP entram em greve a partir de segunda

Lucas Rodrigues
Do UOL, em São Paulo
  • Nelson Antoine/ Fotoarena/ Estadão Conteúdo
Os professores da rede estadual decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (22). A decisão foi tomada em assembleia na tarde desta sexta (19) em assembleia no Masp (Museu de Arte de São Paulo). Cerca de 5.000 manifestantes interditaram todas as faixas da avenida Paulista.
Os professores reivindicam reposição salarial de 36,74% e complementação do reajuste referente a 2012, o cumprimento da jornada extraclasse, o fim da remoção e da designação de professores das escolas de tempo integral, entre outras demandas. A manifestação é organizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Secretaria fala em "campanha mentirosa"

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou que considera descabidas as reclamações da Apeoesp. Segundo a pasta, 90% dos profissionais da educação garantiram o andamento das aulas nesta sexta-feira e o registro de faltas teve crescimento de 4,8% do total de docentes, em relação à média diária de ausências de 5%.
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Professores da rede estadual de SP fazem manifestação na avenida Paulista50 fotos

Uma manifestação organizada por professores da rede estadual de São Paulo ocupa todas as faixas da avenida Paulista nos dois sentidos, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A concentração começou às 14h desta sexta-feira (19) no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Os professores decidiram entrar em greve a partir de segunda (22) Nelson Antoine/ Fotoarena/ Estadão Conteúdo
De acordo com o órgão, o governo cumpre integralmente a Lei do Piso do Magistério, com um salário inicial dos professores de educação básica 2, com jornada de 40 horas semanais, de R$ 2.088,27. Ainda segundo a secretaria, o "Estado obedece também ao limite máximo de dois terços da carga horária total estabelecido pela Lei do Piso para a jornada de trabalho docente em classe."
"Na verdade, entre os principais objetivos da mobilização da Apeoesp está a desconstrução do diálogo direto com a rede estadual de ensino estabelecido pela Secretaria da Educação", diz a nota. O órgão também diz que o sindicato fez uma "campanha mentirosa" e teria afirmado que a greve já estava definida antes mesmo da assembleia.

Aumento de 8%

Nesta semana, o governo anunciou um reajuste de 8% para docentes e servidores da educação. A decisão tenta compensar a perda pela inflação, que, no passado, foi de 5,84% (IPCA). Representantes sindicais criticaram.
Com os 8%, o piso salarial de início de carreira, de 40 horas, passará a R$ 2.257,84. O valor de 2013, que vale a partir de 1.º de julho, representa um aumento de R$ 44,28 em relação ao previsto anteriormente para o ano. Em 2014, com os 7% de reajuste previsto, o valor será de R$ 2.415,89.
A Apeoesp entende que o reajuste não representa ganho real. "Pelo menos demonstra que (a política) não vai ficar congelada, mas o problema é o porcentual. Os dois pontos são vergonhosos", diz a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. "Não houve compensação da inflação do ano passado e de 2011. Teria de ser, no mínimo, 12% neste para se falar em ganho real."

Reajuste Salarial – Resumo


O Projeto de Lei Complementar, enviado pelo Governador à Assembleia Legislativa, propondo uma reestruturação salarial para o magistério, em resumo, significa o seguinte:
  1. Os pisos salariais serão reajustados em 8,12%, a partir de 1º de julho de 2013. Para 1º de julho de 2014, permanece o reajuste de 7%. Por serem reajustes nos pisos, eles abrangem os aposentados e os pensionistas;

  2. O Adicional de Transporte do Diretor de Escola foi elevado de 10% para 15% do salário inicial do Diretor, ficando, a partir de 1º de julho, em R$ 398,13;

  3. O Adicional de Transporte do Supervisor de Ensino foi elevado de 20% para 25% do salário inicial do Supervisor, ficando, a partir de 1º de julho, em R$ 757,73;

  4. A Gratificação de Função, do Vice - Diretor e do Professor Coordenador,  foi elevada de 15% para 30% do salário inicial do Diretor de Escola, ficando, a partir de 1º de julho, em R$ 796,26;

  5. Todos os demais itens permanecem inalterados.
Clique aqui para ver o texto completo do Projeto.

MEC quer integrar currículo do ensino médio nas 4 áreas do Enem

A proposta em estudo será desenvolvida em parceria com os Estados, que hoje representam 86% da oferta de ensino médio no País

O ministro da Educação, Aloízio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira que o MEC estuda mudar o currículo do ensino médio, passando a seguir o modelo adotado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que integra as disciplinas em quatro grandes áreas do conhecimento: ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática.

Mercadante disse que a mudança no currículo do ensino médio – que hoje conta com pelo menos 13 disciplinas – será feita em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). Hoje, 86% da oferta de ensino médio cabe às redes estaduais de ensino. De acordo com o ministro, a meta da parceria é atrair cerca de 970 mil jovens de 15 a 17 anos de idade que estão fora da escola.

Entre as ações em análise para reformulação do ensino médio está a oferta de bolsas de estudos e de pesquisas para estimular a vocação de jovens para as carreiras de professor e de cientista. Outra proposta é a ampliação do ensino profissionalizante, que pode ser feito paralelamente ao ensino médio. A meta é ofertar 8 milhões de vagas até 2014.

As propostas foram apresentadas pelo ministro durante audiência pública da manhã desta quarta-feira, na Câmara dos Deputados.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

SP prevê dificuldade em aprovar cotas: 'teremos muita discussão'




Enquanto as cotas já são regra nas universidades federais, o tema ainda é discutido nas instituições estaduais de São Paulo Foto: Flavio Dutra/UFRGS/Divulgação
Enquanto as cotas já são regra nas universidades federais, o tema ainda é discutido nas instituições estaduais de São Paulo
Foto: Flavio Dutra/UFRGS/Divulgação

Após pressão de grupos sociais, o governo de São Paulo apresentou, no final de 2012, uma proposta que prevê a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas, negros e indígenas, nas universidades estaduais do Estado. A iniciativa, elogiada por entidades como a ONG Educação para Afrodescendentes (Educafro), não é uma unanimidade, e ainda precisa passar pela aprovação dos conselhos universitários de cada instituição. Para um dos articuladores do projeto, 2013 será um ano de muita polêmica.

Cotas, uma nova discussão nas universidades

"Penso que haverá muita discussão, debate, aquilo que é próprio da vida social. Mas tenho o sentimento de que, embora não seja fácil, conseguiremos passar para etapa seguinte", diz Carlos Vogt, coordenador-geral da Universidade Virtual de São Paulo (Univesp), um dos braços operacionais da proposta do governo. Ele explica que as três universidades do Estado - USP, Unicamp e Unesp - têm autonomia para definir se querem ou não adotar as cotas.

"Como toda ideia nova, traz algumas polêmicas. Mas nós procuramos aliar as demandas sociais e étnicas pela inclusão, com a questão do mérito, que é um dos pilares das universidades paulistas, sempre respeitando a autonomia de cada uma", completa.

Vogt ajudou a compilar o projeto formatado em parceria com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Desde que a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que obriga as universidades federais a reservar vagas para cotistas, em outubro do ano passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vinha pressionando os reitores da USP, Unicamp e Unesp para aderir às cotas. No entanto, as instituições, que contam com menos de 30% dos seus alunos provenientes de escolas públicas, ainda resistiam à reserva de vagas.

Pela proposta, ao menos 50% das matrículas em cada curso de graduação deverão ser ocupadas por alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. Dentro dessa meta, o percentual de negros, pardos e indígenas deverá ser de 35% - valor verificado para a população do Estado de São Paulo no Censo Demográfico de 2010. As metas deverão ser atingidas ao longo de três anos, a partir de 2014.

"Teremos um ano para discutir isso dentro das universidades e garantir a aprovação para que a proposta entre em vigor em 2014", diz Vogt. Segundo ele, pode acontecer de somente parte das instituições aderirem ao programa, já que todas têm autonomia. "Se a USP, por exemplo, decidir que não quer as cotas, teremos que aceitar. Mas o ideal é que todas participem". Além da USP, Unicamp, e Unesp, as vagas serão válidas para as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e para as faculdades de Medicina de Marília e Rio Preto.

Governo aposta em curso universitário de 3 anos
Além do pagamento de uma bolsa mensal aos alunos de baixa renda que entrarem na universidade pelas cotas, um dos diferenciais da proposta do governo de São Paulo em relação à lei federal é a criação do Instituto Comunitário de Ensino Superior (Ices). Com início das atividades previsto para 2014, o instituto deve oferecer 2 mil vagas para alunos de escolas públicas, sendo metade para pretos, pardos e indígenas.

Inspirado nos "colleges" americanos e em um programa adotado pela Unicamp há dois anos, o Ices quer selecionar alunos com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Saresp, avaliação feita pela Secretaria de Educação de São Paulo. Coordenado pela Universidade Virtual, deve oferecer uma formação geral aos estudantes durante dois anos, com aulas de ciências humanas, biológicas, exatas e tecnológicas. A final das aulas, o estudante recebe um certificado de curso sequencial de ensino superior, pode disputar concursos públicos e exercer diferentes profissões. No entanto, o principal objetivo é permitir que esses alunos ingressem nas graduações das universidades de São Paulo, sem precisar passar pelo vestibular.

"Quem tiver mais de 70% de aproveitamento ao longo dos dois anos vai poder entrar numa universidade estadual. Será feito um somatório de todas as notas e, de acordo com esse desempenho, o candidato poderá ingressar nos diferentes cursos das universidades", explica Vogt. Assim, quanto melhores as notas, mais fácil conseguir uma vaga em medicina e engenharia, por exemplo, que estão entre os cursos mais concorridos.

Coordenadora do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (Profis), a professora Maria Inês Petrucci Rosa elogia a iniciativa do governo estadual, no entanto, ressalta que no curso da universidade 100% das aulas são presenciais, ao contrário do projeto de Alckmin, que prevê metade da carga horária para aulas a distância.  "O Profis é totalmente presencial, e faz muita diferença no desenvolvimento do estudante o fato de estar sempre em contato com a universidade. Claro que a proposta estadual é um avanço, só pondero que a educação a distância precisa contar com uma equipe de profissionais especializados e espaços adequados", afirma.

Mesmo assim, Maria Inês cita três fatores para qualificar o modelo como uma "inovação no ensino" no Brasil: após dois anos de aprendizado geral, os alunos chegam para fazer um curso superior com uma bagagem de conhecimento que muitas vezes a educação básica não proporciona; eles se tornam mais maduros e preparados para escolher a carreira profissional que querem seguir; e ainda que, tanto o modelo da Unicamp quanto a proposta do governo estadual, priorizam a inclusão social de alunos de escolas públicas sem deixar de levar em conta o mérito (o desempenho nas aulas).

"Enquanto no Brasil a Unicamp é pioneira nesse modelo, isso já é uma realidade consolidada em outros países, como nos Estados Unidos. (...) A avaliação dos alunos que fazem o Profis é muito boa, e as próprias unidades acadêmicas da universidade querem ampliar as vagas para esses estudantes porque perceberam os diferenciais dessa formação", completa.

Assim como a reserva de vagas pelo vestibular, o ingresso de alunos pelo Ices também depende de aprovação de todas as instituições estaduais de ensino superior de São Paulo. O investimento previsto para todo o programa é de R$ 27,017 milhões em 2014.

Em tempo
Venho de uma família pobre. Com muito estudo e sacrifício de minha mãe, me formei e hoje sou professora.
No tempo que estudei o ensino médio não havia vagas para todos. Faziamos um 'vestibulinho' e os melhores alunos eram aprovados. Brancos, negros, pardos, ricos e pobres, o que fossemos, estudavamos lado a lado, com o mesmo unifore, sem problemas de convivência. Quem não queria estudar ia para a escola particular.
'papai pagou, passou', se motejava.
Ai vieram os governos 'sociais'. Criaram escola para todos, deram uniforme (que os alunos não usam), condução grátis, livros grátis (que são usados para acender churrasqueiras). O resultado foi: hoje quem quiser fazer um bom ensino médio tem que pagar, com raras exceções que ainda sobrevivem.
O sistema de cotas fará o mesmo com as universidades, vai enche-las de alunos sem preparo, sem vocação acadêmica, sem interesse no estudo. Se eles estão na univerdidade porque são os 'marginalizados', os 'coitados'porque teremos que um dia trabalhar - dirão eles - a sociedade que tem obrigação de sempre nos dar tudo o que necessitamos.
Em pouco anos, quem quiser fazer uma boa faculdade terá que pagar por ela. No Brasil ou no exterior.
Se o governo dissesse: 'vamos acabar com o ensino gratuito' muitos protestariam. Quando diz: 'vamos criar um sistema de cotas' (que nos dê votos na próxiam eleição) muitos aplaudem.
Cotando aqui um famoso filme: 'é com um sonoro aplauso que morre a liberdade'.



quarta-feira, 17 de abril de 2013

Aprovada lei que permite a aluno de escola pública fazer vestibular de graça

Tem direito ao benefício quem cursou o ensino médio completo em escola pública e possua renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo

Aluno de escola pública terá direito a fazer vestibular de universidades federais e institutos federais de ensino gratuitamente Foto: Fernando Borges / Terra
Aluno de escola pública terá direito a fazer vestibular de universidades federais e institutos federais de ensino gratuitamente
Foto: Fernando Borges / Terra
Uma lei que permite a isenção do pagamento da taxa de inscrição nos vestibulares de instituições federais de ensino foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff. A lei nº 12.799 foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira. Para ter direito a fazer vestibular de graça, o estudante deve ter cursado todo o ensino médio em escola da rede pública ou como bolsista integral em escola da rede privada e também ter renda familiar per capta de até 1,5 salário mínimo.

Cotas, uma nova discussão nas universidades

A lei determina que as instituições federais de educação superior deverão adotar critérios para a isenção total e parcial do pagamento de taxas de inscrição nos vestibulares, levando em conta a "carência socioeconômica" dos candidatos.

A isenção total de pagamento de inscrição nos processos seletivos de ingresso aos cursos das universidades federais e institutos federais de ensino é garantida a partir de hoje aos alunos que atendam às duas exigências determinadas pela lei. É necessário, para ter direito ao benefício, possuir renda familiar per capta igual ou inferior a um salário mínimo e meio e ter cursado o ensino médio em escola pública ou como bolsista de escola particular.