Com a ajuda da tecnologia, os programadores vão desenvolver aplicativos, sites e softwares para a divulgação dos dados educacionais
São
30 hackers, programadores e desenvolvedores reunidos em uma maratona de
36 horas para desenvolver, com a ajuda da tecnologia, formas criativas e
efetivas de organizar e divulgar dados da Prova Brasil e do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Eles foram selecionados
para o Hackathon. O evento é uma parceria entre o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação, e a Fundação Lemann.
A partir deste sábado, os selecionados não deixarão os
computadores, nem para dormir, e deverão apresentar no domingo
aplicativos, sites, softwares ou mesmo propostas para a divulgação dos
dados do Inep. O desafio é tornar o grande banco de dados atrativo à
população.
"A área de inovação pode contribuir muito para a
educação. Boas decisões educacionais são tomadas com base em dados.
Nosso objetivo é usar o que é bacana em tecnologia para incentivar boas
tomadas de decisão. Pode ser do pai, que vai escolher uma escola para
colocar seu filho; do diretor da escola, que vai conhecer a escola ou do
ministro da Educação, que vai ter um panorama melhor dos dados",
explicou o diretor da Fundação Lemann, Denis Mizne.
Ao final do Hackathon serão apresentados oito programas e
uma comissão técnica vai selecionar três vencedores. O grupo que ficar
em primeiro lugar receberá R$ 5 mil para desenvolver e aprimorar o
projeto. O segundo lugar receberá R$ 3 mil e o terceiro R$ 2 mil.
Segundo os organizadores, assim que estiverem prontos para uso, esses
programas serão oferecidos aos interessados.
Antes da maratona, os jovens compartilham as ideias.
Fernanda Campagnucci tem 27 anos e veio de São Paulo, capital. Ela é
jornalista e atua na área de educação. "Nossa intenção é criar um
aplicativo para que cada escola possa selecionar sobre o que deseja ser
avaliada. Disponibilizaremos indicadores e, a partir deles, cada escola
terá o próprio índice. As instituições poderão comparar os números com
as médias estaduais, municipais e nacionais e avaliar o próprio
desempenho", explicou.
O aplicativo que será desenvolvido pela equipe de
Fernanda trará também instruções aos usuários sobre os programas
governamentais disponíveis, assim como os procedimentos que podem ser
tomados em caso de problemas nas escolas. "A intenção é ter um espaço
onde as pessoas poderão reivindicar melhorias. Indicaremos caminhos para
se adquirir uma biblioteca, por exemplo, ou para entrar em contato com o secretário de Educação".
Já o cientista da computação Fabrício Nascimento, 26
anos, de Caraguatatuba, de São Paulo, foi incentivado por inquietação e
um amigo, "ele (o amigo) observou que, quando ascendiam economicamente,
muitos pais tiravam os filhos de escolas públicas para matricular em
escolas particulares, mas que nem sempre as particulares tinham uma
qualidade maior que as públicas. Queremos desenvolver algo nesse
sentido, um espaço onde se possa acessar a qualidade das instituições".
Esta é a primeira edição do evento. O Inep planeja tornar o Hackathon anual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário