Em vez de falar de disciplinas, a escola coloca em primeiro lugar o indivíduo e as questões que o afetam, como a pressão do tempo e a ideia da morte
Os relacionamentos podem durar uma vida inteira? Como podemos desenvolver nosso potencial? O trabalho
pode ser algo inspirador? Por que a comunidade importa? São com estes
questionamentos que a The School of Life chegou ao Brasil neste mês com
um curso intensivo em São Paulo. Oferecendo lições sobre a vida e como
lidar com os dilemas dos indivíduos através de ideias que vão da
filosofia à literatura e da psicologia a artes visuais, a escola promete
estimular, provocar e até mesmo consolar os alunos.
Criada pelo filósofo e escritor suíço Alain de Botton em
2008, a The School of Life se dedica a destilar grandes pensamentos de
todas as épocas para enriquecer o cotidiano dos alunos. A abordagem
inovadora da instituição a tornou reconhecida internacionalmente desde a
abertura em Londres, onde já recebeu mais de 50 mil pessoas em cinco
anos. Para o lançamento no Brasil, o primeiro curso ministrado foi um
intensivo de cinco dias liderado pelo professor David Baker, um dos mais
antigos docentes da instituição em Londres, também fundador e editor da
revista Wired.
Para Jackie de Botton, prima do escritor e diretora da
escola no País, a expectativa é adaptar o modelo da escola de Londres
para o Brasil da melhor maneira possível. "(Começamos com) um intensivo
que reúne os melhores cursos de Londres, ministrado pelo Baker, e uma
série de outros workshops com convidados que vão falar de grandes temas
como atenção plena, hábitos, filosofia gastronômica, storytelling, entre
outros que lidam com inteligência emocional", diz.
Segundo Jackie, o diferencial da The School of Life é que, em vez de falar de disciplinas - ela não oferece aulas de filosofia, psicologia,
artes -, a metodologia da escola coloca em primeiro lugar o indivíduo e
as questões que o afetam, como a pressão do tempo, a ideia da morte, o
sucesso, os relacionamentos, a vida e a comunicação digital, o desejo de
mudar o mundo, como manter a mente sã, entre outros. "A ideia é que a
gente levante sempre questões fundamentais dos dilemas dos indivíduos.
Estudamos o problema e então convidamos o conhecimento que encontramos
na psicologia, literatura e filosofia para iluminar o problema, que está
sempre em primeiro lugar", explica.
Como conversa de bar
Como conversa de bar
Sobre a inovação de trazer temas que geralmente são
debatidos em conversas entre amigos, em um bar, para a sala de aula, a
diretora da The School of Life no Brasil afirma que a diferença está na
metodologia. "A única diferença da escola para um bar é que você tem
alguém liderando a conversa e levantando de uma forma vigorosa e clara
quais são as formas que você pode aplicar
esse conhecimento no seu dia a dia. Em todas as turmas você tem uma
metodologia que sempre privilegia o aluno. Não é o professor falando da
experiência dele. É o professor mostrando como aplicar esses
conhecimentos na vida dos alunos, há uma interação grande do público nas
aulas", diz.
Na escola de Londres, o público é dividido entre homens e
mulheres igualmente, todos da classe A, B e C. Com base nos dados do
primeiro curso em São Paulo, os alunos brasileiros são em sua maioria
mulheres (60%), de 25 a 45 anos, com distintas formações. Mesmo com
culturas tão diversas, as lições dos cursos da escola de Londres no
Brasil não devem ser muito diferentes. "No geral são os mesmos dilemas.
Para São Paulo trouxemos cursos sobre como equilibrar o trabalho com a
família, como manter a mente sã, porque entendemos que são questões com
forte demanda na cidade", comenta Jackie.
Ainda este ano estão previstos cursos no Rio de Janeiro e
novamente em São Paulo. No meio tempo, a The School of Life vai
promover uma série de Sermões, que são palestras que acontecem aos
domingos ministradas por um line-up de brasileiros e estrangeiros. A
programação da escola está disponível no site
www.theschooloflife.com/brazil.
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