Tatiane Calixto
Clipping Educacional - A Tribuna
Nossos professores estão doentes. Essa é a realidade de quem leciona na
rede estadual de Educação, na opinião da coordenadora regional da
Apeoesp, na subsede da Baixada Santista, Célia Amado.
Nossos professores estão doentes”. Essa é a realidade de quem leciona na
rede estadual de Educação, na opinião da coordenadora regional da
Apeoesp, na subsede da Baixada Santista, Célia Amado. Para ela, os
números apresentados nesta terça-feira pela entidade corroboram sua
afirmação.De acordo com o estudo "A Saúde do Professor da Rede Estadual
de Ensino", do total de entrevistados, 27% afirmaram que tiveram de se
afastar das salas de aula. O principal motivo, relatado por 57%, foi a
depressão.
Ainda segundo a Apeoesp, que ouviu 936 professores de todo o Estado, em
2010, transtornos de ansiedade são a segunda maior causa de
afastamentos, apontada por 49%. Outros 41% citaram a rouquidão e 37%, a
hipertensão.
“Tudo isso acontece por esgotamento físico e mental”, define Célia.
Classes lotadas e a violência dentro da escola são fatores que, segundo
ela, derrubam a autoestima e a motivação do educador. “E o resultado são
esses números”, diz.
Segundo ela, não há dados específicos da Baixada Santista, mas os casos
são muitos. “Conheço vários que tiveram de se afastar. Alguns se
recuperam, mas vão para serviços burocráticos, ficam fora das salas de
aula. E isso representa uma perda muito grande porque são bons
profissionais”.
O principal objetivo do levantamento é conhecer melhor a saúde e as
condições de trabalho dos professores e, desta forma, elaborar
intervenções para melhorar a qualidade de vida destes servidores.
Estado
A Secretaria de Estado da Educação informa que o órgão responsável por
conceder licenças médicas é o Departamento de Perícias Médicas do Estado
(DPME), vinculado à Secretaria de Gestão Pública. Dessa forma, a pasta
não dispõe de um levantamento sobre as principais causas de
licença-saúde de professores, seja no Estado ou na região da Baixada
Santista.
No entanto, a secretaria ressalta que desenvolve um conjunto de medidas
voltadas não só para a maior eficiência na gestão de recursos humanos,
mas também para a melhoria das condições de saúde de seus profissionais.
A primeira dessas iniciativas foi implantada em fevereiro do ano
passado, com a criação do programa São Paulo Educação com Saúde, em
parceria com o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público
(Iamspe) e com o Instituto Santa Marcelina. A intenção é oferecer
assistência médica preventiva aos servidores da Educação, no próprio
local de trabalho.
“O foco do programa está na prevenção, mas também será oferecido suporte
para funcionários que apresentem algum problema de saúde. Nesse caso,
eles serão encaminhados para tratamento, de acordo com a especialidade
médica. Com o programa, espera-se reduzir a incidência de problemas como
estresse ocupacional, doenças osteomusculares, sobrepeso/obesidade,
sedentarismo, hábitos alimentares inadequados, hipertensão, diabetes,
transtornos mentais e tabagismo”, explica a nota da secretaria.
Mas a iniciativa ainda não atinge todos os professores da rede.
Atualmente, o projeto funciona em 13 diretorias de ensino e em 1.072
escolas estaduais da Capital, beneficiando 69 mil servidores.
“O programa deverá ser expandido, gradativamente, para unidades da
Grande São Paulo, do interior e do litoral do Estado. Aproximadamente 47
mil servidores foram contemplados pelo programa no primeiro semestre
deste ano”.
fonte: http://www.apeoesp.org.br/
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