Da Agência Brasil
Brasília - Um milhão e 300 mil crianças e adolescentes brasileiros de 8 a 14 anos não sabem ler nem escrever. Desse total, 84,5% freqüentam a escola. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais 2008, divulgada nesta quarta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para o secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do MEC (Ministério da Educação), André Lázaro, a responsabilidade por esse fracasso da aprendizagem é do poder público.
"A gente não pode falar em culpa, mas em responsabilidade. E a responsabilidade é do poder público. Quem não deu carreira e um piso nacional ao professor foi o poder público, quem deixou frouxa essa articulação entre avaliação e diretrizes curriculares foi o poder público. O único que não tem culpa é o aluno", indicou.
A secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, classificou o resultado como "grave" e defendeu que o problema é conseqüência de "uma escola que não sabe ensinar a todos".
"É o reflexo de um país que não priorizou a educação para todos e que, de 20 anos para cá, tem priorizado. Então nós temos uma dívida de séculos para pagar, junto com a agenda do século 21. A escola era muito elitista e seletiva, ela excluía milhares de alunos da aprendizagem. O desafio agora é garantir que todas as crianças estejam na escola e aprendendo", apontou.
Para a secretária, o contexto social também influencia diretamente nos resultados. "Nós temos que lembrar que o Brasil é profundamente injusto, tem uma iniqüidade muito grande. A distribuição de renda, a injustiça social, a diferença de oportunidade, isso tudo reflete no sucesso escolar. Em vez de lamentar, cabe ao poder público ter políticas concretas para diminuir essas injustiças", disse Maria do Pilar Lacerda.
Mais precisão
André Lázaro destacou que os instrumentos de avaliação criados recentemente pelo ministério, como a Provinha Brasil e o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), permitem enxergar "com mais precisão" o problema.
"A gente agora pode ver onde estão essas crianças, qual é a formação de professores, que tipo de apoio essa escola vai precisar. O importante é não brigar com os dados, se nós ignorarmos, nós não melhoramos", defendeu.
Para Lázaro, o caminho para melhorar a qualidade da educação já está traçado. "Nós estamos criando o sistema nacional de formação para professores, a Provinha Brasil, o Ideb. A família e a sociedade estão mobilizadas", disse. A melhoria no acesso à educação infantil que, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), passou de 67% para 70% de 2006 para 2007, fará diferença na qualidade do ensino, disse o secretário.
Desvalorizados
Pilar e Lázaro defendem que os professores não podem ser responsabilizados pelo baixo desempenho verificado na pesquisa, já que, por muito tempo, foram desvalorizados e não tiveram a formação adequada.
Para incrementar essa formação, Pilar destacou o curso Pró-Letramento, que capacita professores das séries inciais do ensino fundamental em matemática e português. Hoje, 350 mil professores participam do curso, que tem 240 horas de duração.
Sobre a constatação do IBGE de que aumentou a distância entre brancos e negros no acesso à educação, Lázaro disse que os dados foram uma surpresa.
"Me surpreendeu essa informação, a gente vai precisar de mais detalhes. Os números não expressam as políticas afirmativas que nós adotamos e que outras instituições adotaram voluntariamente. Essa perpetuação da diferença é constrangedora, não só para o MEC, mas para todo o país. Isso nos desmente como projeto de nação", avaliou.
Para o secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do MEC (Ministério da Educação), André Lázaro, a responsabilidade por esse fracasso da aprendizagem é do poder público.
"A gente não pode falar em culpa, mas em responsabilidade. E a responsabilidade é do poder público. Quem não deu carreira e um piso nacional ao professor foi o poder público, quem deixou frouxa essa articulação entre avaliação e diretrizes curriculares foi o poder público. O único que não tem culpa é o aluno", indicou.
A secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, classificou o resultado como "grave" e defendeu que o problema é conseqüência de "uma escola que não sabe ensinar a todos".
"É o reflexo de um país que não priorizou a educação para todos e que, de 20 anos para cá, tem priorizado. Então nós temos uma dívida de séculos para pagar, junto com a agenda do século 21. A escola era muito elitista e seletiva, ela excluía milhares de alunos da aprendizagem. O desafio agora é garantir que todas as crianças estejam na escola e aprendendo", apontou.
Para a secretária, o contexto social também influencia diretamente nos resultados. "Nós temos que lembrar que o Brasil é profundamente injusto, tem uma iniqüidade muito grande. A distribuição de renda, a injustiça social, a diferença de oportunidade, isso tudo reflete no sucesso escolar. Em vez de lamentar, cabe ao poder público ter políticas concretas para diminuir essas injustiças", disse Maria do Pilar Lacerda.
Mais precisão
André Lázaro destacou que os instrumentos de avaliação criados recentemente pelo ministério, como a Provinha Brasil e o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), permitem enxergar "com mais precisão" o problema.
"A gente agora pode ver onde estão essas crianças, qual é a formação de professores, que tipo de apoio essa escola vai precisar. O importante é não brigar com os dados, se nós ignorarmos, nós não melhoramos", defendeu.
Para Lázaro, o caminho para melhorar a qualidade da educação já está traçado. "Nós estamos criando o sistema nacional de formação para professores, a Provinha Brasil, o Ideb. A família e a sociedade estão mobilizadas", disse. A melhoria no acesso à educação infantil que, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), passou de 67% para 70% de 2006 para 2007, fará diferença na qualidade do ensino, disse o secretário.
Desvalorizados
Pilar e Lázaro defendem que os professores não podem ser responsabilizados pelo baixo desempenho verificado na pesquisa, já que, por muito tempo, foram desvalorizados e não tiveram a formação adequada.
Para incrementar essa formação, Pilar destacou o curso Pró-Letramento, que capacita professores das séries inciais do ensino fundamental em matemática e português. Hoje, 350 mil professores participam do curso, que tem 240 horas de duração.
Sobre a constatação do IBGE de que aumentou a distância entre brancos e negros no acesso à educação, Lázaro disse que os dados foram uma surpresa.
"Me surpreendeu essa informação, a gente vai precisar de mais detalhes. Os números não expressam as políticas afirmativas que nós adotamos e que outras instituições adotaram voluntariamente. Essa perpetuação da diferença é constrangedora, não só para o MEC, mas para todo o país. Isso nos desmente como projeto de nação", avaliou.
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