sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Madonna
O show de Madonna é um verdadeiro musical com canções, interpretação teatral e enredo. Não há espaço para improvisos, a não ser na cena programada para isso, quando ela canta a música escolhida pelo público. No mais, o roteiro é idêntico em todas as apresentações, justificando as 653 horas de ensaio que antecederam a estréia. Mais do que ouvir os sucessos de quase 25 anos, "Sticky & Sweet" é um espetáculo visual.
Depois de tantos anos desfilando seu corpo em trajes mínimos, a forma física de Madonna já nem chama mais atenção. É clichê falar do pique que a cantora mantém aos 50 anos, seja pulando corda no palco ou se contorcendo em movimentos elásticos. Mas um ouvido mais atento ao som percebe que suas cordas vocais não acompanharam os músculos: Madonna desafina, tem voz frágil e até trêmula, por isso o apoio de bases pré-gravadas é essencial.
No palco, tudo é teatral e ela é um personagem. Ou vários. A cada ato, uma nova Madonna surge em cena. A primeira é provocadora e exagerada, com ar de superioridade frente ao homens: está sempre empurrando ou simulando chutes nos dançarinos. E prova isso beijando na boca uma de suas bailarinas. A segunda está ali para se divertir, dançar e se exercitar. A terceira traz toda a sua elegância e certa dramaticidade, enquanto a última está antenada ao mundo moderno.
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